Como funciona o limite do cartão de crédito?

O limite do seu Cartão de Crédito é calculado pelo banco ou administradora de cartões, levando em conta diversas variáveis, dentre elas, a sua renda pessoal. Assim, é identificada a capacidade de pagamento de um determinado valor ou então é especificado um percentual-limite de comprometimento da renda mensal para ser gasto com o cartão. A partir disso, o cartão recebe um valor limite de gastos que não poderá ser ultrapassado.

Outro fator que também contribui com o limite do cartão é o seu perfil financeiro e histórico de pagamentos. Se você paga sempre suas contas em dia, adianta o pagamento da fatura e não atrasa seus compromissos, o seu banco, provavelmente, irá conceder um limite maior. Agora, se você atrasa o pagamento da fatura ou usa sempre o limite do cheque especial, o banco entende que esse perfil oferece um risco de inadimplência maior e poderá oferecer um limite de crédito mais baixo do que o esperado.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) o nível de endividamento das famílias brasileiras é acima de 50% e o cartão é um dos principais motivos. Esse valor aumenta a cada ano e mostra que os brasileiros adoram usar o cartão de crédito, entretanto, poucos sabem como ele funciona de fato e como utilizá-lo sem se endividar.

Outra pesquisa realizada pelo SPC Brasil calcula que um terço dos consumidores não sabem como funciona o limite do cartão de crédito e muito menos as taxas de juros dos cartões de crédito.

Para entender como funciona o Cartão de Crédito, você precisa conhecer em detalhes a sua fatura. Sempre que ela chegar a sua casa é importante analisar com atenção todos os valores lançados. Também fique atento às tarifas que o emissor do cartão pode te cobrar: anuidade, emissão de 2ª via do cartão, retirada de dinheiro na função saque, pagamento de contas e o pedido de avaliação emergencial do limite do cartão.

Para entender melhor a conta, imagine que o seu cartão possui um limite de R$ 900. Caso você compre uma roupa que custa R$ 100, o seu cartão ainda terá R$ 800 disponíveis para novos gastos, até que esta compra seja paga na próxima fatura. Cada despesa paga com cartão o limite diminui e, a cada pagamento da fatura, o limite volta ao seu valor inicial, caso a fatura seja integralmente quitada.

Com as compras parceladas o que conta é o total da compra. Mesmo que você compre, por exemplo, um móvel que custa R$ 300, parcelado em 5 vezes, o valor total do móvel é que será subtraído do limite do cartão e não as parcelas mensais. Se o cartão do exemplo acima continha ainda um limite de R$ 800, com a compra do móvel passa a restar R$ 500 para novas compras.

Quando se paga apenas o valor mínimo, a incidência dos juros rotativos e multas é bastante alta e a soma deles será lançada na próxima fatura. Com o tempo, estes custos transformam-se em uma ‘bola de neve’, aumentando o valor da fatura, o valor do pagamento mínimo e dificultando bastante a quitação da dívida. Além disso, o lançamento de despesas com juros e multas também diminui o limite disponível para novas compras.

Em 2017, o governo brasileiro criou novas regras para o uso dos juros rotativos. Com a mudança, o crédito rotativo terá limite de apenas 30 dias. Após esse período o cliente poderá pagar o saldo devedor integralmente ou pegar um empréstimo no banco com juros menores para parcelar a dívida.

Cada banco pode oferecer diferentes formas de parcelamentos, que podem durar até 24 meses. O que muda nesse caso são os juros, que são menores quando comparados com o crédito rotativo, em torno de 9%. O governo pretende com isso iniciativa diminuir a inadimplência.

É importante aproveitar todas as facilidades do Cartão de Crédito, mas sem abrir mão da responsabilidade, promovendo o consumo consciente e evitando o endividamento no futuro.