Basta ter algumas poucas informações sobre uma determinada rotina para poder localizar o cartão de crédito de alguém, fator que coloca a sua segurança em xeque. Essa descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Para chegar à conclusão, eles analisaram gastos e registros anônimos de cartões aleatórios dos Estados Unidos.
O experimento publicado na revista Science concluiu que, diferente do que sempre se pensou, não é necessário ter o número de identidade ou outros dados pessoais para conseguir mais informações. Para localizar o cartão de crédito e rastrear cada compra, basta ter informações básicas como valor médio de compras, horário da transação e área em que a pessoa esteve.
Os pesquisadores do MIT analisaram mais de 1 milhão de pessoas por três meses e tomaram como base um banco de dados anônimo que registra apenas local, horário e valor de compras. Nesse banco de dados, não é possível visualizar outras informações mais específicas e pessoais, como número de conta e nome.
Com apenas as informações disponibilizadas, foi possível descobrir a identidade de cerca de 90% das pessoas estudadas. E, claro, quanto mais informações sobre o indivíduo, mais precisos se tornam os resultados. Mas nem sempre é necessário ter o horário da transação. O estudo concluiu que apenas com o dia de transação e o estabelecimento, já torna-se possível cruzar os dados para criar um retrato do consumidor.
Nem os Estados Unidos e nem o Brasil possuem regulamentação que evite que esse método da pesquisa seja utilizado por terceiros. O consumidor pode fazer a sua parte e dificultar esse processo ao oferecer o mínimo de informações pessoais, ainda que não elimine o problema. Mas como o cartão de crédito é essencial para pessoas de todas as partes do mundo, o objetivo do estudo foi mostrar os riscos e alertar para a necessidade de criação de novas tecnologias de proteção.
E uma nova tecnologia de proteção deve ser testada e criada o quanto antes, pois os números são alarmantes. Segundo pesquisa da Gartner, pelo menos 5% dos emissores de cartões devem sofrer fraudes apenas em 2015, mesmo que a tecnologia de chips tenha dificultado a ação.