A educação financeira para jovens ainda não é a realidade de muita gente. Parece que a juventude dá a sensação de que nada ruim pode acontecer ou que a velhice é algo muito distante. A verdade é que não podemos prever quando uma emergência vai acontecer e aí nos vemos sem reservas financeiras para passar por isso. Também é verdade que a velhice pode ser algo distante mas é o que fazemos antes dela que vai nos garantir um descanso tranquilo. Veja alguns erros financeiros que uma educação financeira para jovens pode evitar:
1. Não ter um planejamento financeiro
Embora essa dica esteja espalhada em vários sites na internet, é grande ainda o número de pessoas que não faz ideia do quanto gasta diariamente, semanalmente e por mês. Vivem sem controle, com grande risco de endividamento e sem saber exatamente quando de dinheiro possuem. Se você não é muito de planilha ou anotações, use aplicativos que te ajudem a controlar a sua renda mas não confie apenas na sua memória. Números precisam ser visualizados para que possam ser controlados e este é o primeiro requisito da educação financeira para jovens.
2. Pensar apenas no agora
A maioria das pessoas são ensinadas a administrarem seu dinheiro visando apenas o presente, apenas as contas que vencem dentro do mês. Com isso deixam de lado coisas importantes como uma previdência privada, um investimento, como planejar a compra da casa, do carro e até mesmo aquele curso que poderá mudar suas trajetórias profissionais. Dinheiro não pode ser apenas aquele bombeiro que chega e apaga o fogo do incêndio daquele momento, precisa ser aquilo que evita o incêndio e com isso consegue aproveitar melhor os recursos que possui.
3. Não ter uma reserva
Esse erro é um pouco do que foi falado no tópico anterior. Dá para contar nos dedos a quantidade de jovens que teria uma reserva financeira caso alguma emergência acontecesse hoje. A verdade é que a maioria estaria completamente descapitalizada se perdesse o emprego, se sofresse um acidente, se fosse acometido de uma doença grave e até se infelizmente os pais morressem. A maioria simplesmente não reserva uma pequena porcentagem por mês do salário para eventualidades que não podemos prever. Esse é um erro grave para quem quer viver de maneira estável.
4. Depender muito dos pais
É bem comum que os jovens que ainda moram com seus pais não tenham muitas responsabilidades financeiras dentro de casa, mesmo que já trabalhem. Essa prática não é boa, já que assim eles perdem a chance de aprender o real valor das coisas e sempre assumem compromissos que não podem pagar, já que sabem que esse dinheiro extra virá de algum lugar. Outro risco é que quando um jovem chega próximo aos 30 anos, é mais comum que seus pais já estejam se aposentando e com isso a renda familiar diminui e aí, de repente, ele se vê obrigado a lidar com um padrão de vida para o qual não foi preparado com antecedência porque não teve uma educação financeira para jovens, o que inevitavelmente o faz contrair dívidas porque nunca aprendeu a fazer um planejamento financeiro para depender menos de outras pessoas.
5. Trabalhar com os pais
É muito bom quando seus pais já construíram um patrimônio e você tem a chance de trabalhar para fazer esse patrimônio crescer ainda mais. No entanto, trabalhar com a família quando se é muito jovem nem sempre cria o senso da responsabilidade. Trabalhar com a família muitas vezes evita que esse jovem saiba o que é ter um chefe, uma hierarquia, o que é organizar e frequentar reuniões, que ele saiba quanto custa 1 hora de trabalho, que aprenda como administrar o tempo, que saiba cumprir prazos e pagar sozinho suas coisas. Se você tiver a oportunidade de trabalhar em outra empresa antes de trabalhar com a família, melhor. Vai aprender coisas que em família nem sempre são possíveis, inclusive sobre dinheiro.
6. Juntar muito dinheiro sem um objetivo definido
Assim como tem jovens sem planejamento financeiro, existem muitos que chegam aos 30 anos com uma grande quantidade de dinheiro guardada. Essa atitude é muito boa mas apenas se o dinheiro que foi guardado teve um objetivo bem definido anos atrás, onde se estudou quanto deveria ser guardado mensalmente, a finalidade de uso do dinheiro guardado e como ele seria usado no momento em que o montante inicial fosse atingido. Guardar dinheiro por guardar não é algo inteligente. Dinheiro foi feito para ser usado e de preferência, bem usado. Até para guardar dinheiro é preciso saber onde guardar ou você terá deixado de ganhar ainda mais dinheiro com o passar do tempo.
7. Descuidar da saúde
Juventude não é sinônimo de imortalidade. Em geral, os que estão na casa dos 20 dormem tarde, comem qualquer coisa e a qualquer hora e se entregam ao sedentarismo. Os poucos que possuem um plano de saúde é porque ou os pais pagam ou a empresa ofereceu como benefício, mas eles não usam como deveriam e não possuem uma noção muito boa de quanto custa.
Os descuidos de quando ainda somos jovens nem sempre são sentidos de forma imediata mas cobram uma dívida alta anos depois. Todo esse gasto com coisas nada saudáveis ou com a falta de atividades físicas, ou ainda, com outra coisa que não seja um plano de saúde, revelam o mal uso do seu dinheiro pois ele não está sendo empregado no que realmente importa e que pode evitar uma série de problemas e gastos, seja num futuro distante ou bem próximo.
8. Depender demais de cartões de crédito
E não apenas de cartões de crédito mas cartões de lojas de departamento. Os cartões ajudam mas podem te levar a uma bola de neve de dívidas se não souber usá-los. Parece óbvio mas o cartão de crédito não é dinheiro extra, é apenas uma forma de adiantar a compra que vai ser paga com o dinheiro que você receberá. Se isso não ficar bem claro, não vai funcionar. A melhor maneira de comprar ainda é à vista. Apenas use o cartão se você já tem total controle do seu dinheiro e um planejamento financeiro mensal.
9. Comprar ou ganhar um carro
Muitos crescem sonhando com o carro que vão comprar ou ganhar assim que fizerem 18 ou 20 anos. Ter um carro é muito legal mas o compromisso financeiro não é apenas com o valor da parcela. Carro exige combustível, manutenção, seguro e outros gastos. Sem contar que quando começamos a dirigir, esse primeiro carro é o que fica mais judiado devido a nossa falta de experiência. É um investimento que pode comprometer muito o seu orçamento nessa fase da vida onde você poderia aproveitar mais o transporte público e usar o seu dinheiro para investir na sua carreira ou naquele intercâmbio que dificilmente fará depois que casar ou tiver um filho.
10. Dividir as contas
Muitos dos que se casam jovens possuem o hábito de dividir as despesas da casa. Isso é bom mas até certo ponto. O ideal é criar uma conta conjunta onde nela seja depositada a contribuição de cada um com os gastos e investimentos a dois. Mantenha a sua conta corrente para despesas pessoais. Ao não misturar as coisas você conseguirá manter os planos feitos em família, vai realizar o que sempre sonhou para a sua vida pessoal e vai manter o casamento blindado contra brigas por dinheiro.
Estes são os 10 erros ou riscos que uma educação financeira para jovens evita e dessa forma consegue proporcionar uma estabilidade financeira o quanto antes. Aqui no blog também já demos dicas práticas de como você pode usar o seu salário para ter uma vida estável ainda na juventude. Não deixe de conferir!