Segundo o Dieese – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos o valor do salário mínimo, hoje de R$880, deveria ser R$3.740, ou seja, 4,25 vezes maior, para sustentar as necessidades básicas de uma família de 4 pessoas considerando os itens determinados pela Constituição.
Mas o que determina a Constituição?
Segundo texto da Constituição o salário mínimo brasileiro deve ser suficiente para arcar com as despesas do trabalhador e sua família com itens como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Por isso anda tão difícil fechar as contas no final de cada mês. Com o aumento da inflação, tem sido mesmo uma tarefa árdua colocar todos estes itens dentro do salário e sem se endividar. E para fazer a conta fechar não tem mágica: é preciso cortar, cortar e cortar.
Como entender o cálculo da Dieese
Para chegar a este número de que o salário mínimo deveria ser de R$3.740, e portanto 4 vezes maior do que o salário mínimo atual, foram feitos vários cálculos sobre o valor de custo da cesta básica.
A cesta básica mais cara do país atualmente é em Brasília, com valor de R$440,74. O segundo maior valor está em São Paulo, com uma diferença mínima, R$440,11, seguido por Florianópolis que tem valor de R$441,06. Os menores custos estão nas regiões Norte e Nordeste. O valor em Natal é de R$325,98; em Maceió R$342,55 e Rio Branco R$342,66.
Com o salário mínimo no valor de R$880 o trabalhador brasileiro precisa trabalhar, em média, 96 horas e 24 minutos, para conseguir comprar uma cesta básica.
Cesta básica no Brasil
Confira as 10 cestas básicas mais caras do Brasil; quanto ela significa no valor total do salário e quantas horas de trabalho são necessárias para pagá-las:
1 – Brasília, cesta básica custa R$ 444,74. A parcela do salário mínimo correspondente a esse valor é de 54,93% e o tempo de trabalho para pagá-la são 111h11m;
2 – São Paulo, a cesta básica custa R$ 444,11; a parcela do salário mínimo é de 54,86% e o tempo de trabalho para pagá-la são 111h02m;
3 – Florianópolis tem a cesta básica custando R$ 441,06, com a parcela de 54,48% do salário e o tempo de trabalho para pagá-la são 110h16m;
4 – Rio de Janeiro, a cesta básica custa R$ 440,79. A parcela do salário mínimo fica em 54,45% e o tempo de trabalho para pagá-la são 110h12m;
5 – Porto Alegre, cesta básica: R$ 420,90; Parcela do salário mínimo: 51,99%, tempo de trabalho: 105h14m;
6 – Vitória: cesta: R$ 418,18; Parcela: 51,65%; tempo de trabalho: 105h14m;
7 – Belém: cesta: R$ 413,87; Parcela: 51,12%; tempo de trabalho: 103h28m;
8 – Belo Horizonte: cesta: R$ 408,84; Parcela: 50,50%; tempo de trabalho: 102h13m;
9 – Cuiabá: cesta: R$ 407,72; Parcela: 50,36%; tempo de trabalho: 101h56m;
10 – Curitiba: cesta: R$ 400,78; Parcela: 49,50%; tempo de trabalho: 100h12m;