Um Cartel de Peças Automotivas de reposição, está sendo investigado pela Superintendência-Geral do Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que abriu um processo administrativo no dia 29 de setembro.
Segundo os técnicos, pelo menos 28 empresas que atuam no setor automotivo compartilharam informações comerciais com o objetivo de criar parâmetros para delimitar processos de tomada de decisão relacionados aos repasses de aumentos de custos nos preços cobrados pelos produtos no mercado.
A troca de informações teria permitido às empresas prever aspectos como preços, níveis de venda e produção e estratégias de negócios,visando estruturar uma atuação coordenada e estratégica entre as empresas. Esse cartel teria como meta prejudicar ou limitar a concorrência no mercado independente de peças automotivas de reposição. Todos esses ajustes, segundo o Cade, eram conduzidos por pelo menos 66 pessoas físicas ligadas às empresas.
De acordo com a investigação, as práticas teriam sido implementadas por meio de e-mails, contatos telefônicos e planilhas, além de reuniões presenciais realizadas periodicamente nas dependências das empresas e em restaurantes, entre 2013 e 2016.
Em 2014 e 2016, 9 processos foram instaurados para investigar cartéis de peças automotivas envolvendo velas de ignição, rolamentos antifrição, revestimentos de embreagem, sistemas térmicos, limpadores de para-brisas, dispositivos de segurança para automóveis, amortecedores, substratos de cerâmica para automóveis, iluminação automotiva, interruptores de emergência, mecanismos de acesso e embreagens automotivas.
Os acusados serão notificados para apresentarem suas defesas ao Tribunal Administrativo do Cade, responsável pela decisão final.